domingo, 12 de abril de 2009

1863, 26 de Maio - A VOZ DA MOCIDADE

1863
26 de Maio
A VOZ DA MOCIDADE
Nº. 37
Pag. 2

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PHOTOGRAPHIA

PAPEL POSITIVO. – Prefere-se para este uso, o papel de peso de 15 kilogramas a resma, sem manchas de ferro e cortado segundo as necessidades do operador ; tem-se estabelecido que o avesso da folha é a superfície que tem o tecido mais grosso. Applica-se e demora-se dois a três minutos, o direito do papel sem deixar chegar o liquido ao verso, sobre uma dissolução de 8 grammas d’hydro-clorato d’ammoniaco em 100 grammas d’agoa destillada, tendo ao menos 4 millimetros d’espessura na bacia que a contem.
Depois de se ter tirado a folha d’este banho, introduz-se entre duas folhas de papel mata-borrão para acelerar a seccação, e quando já não contem nenhuma humidade esfrega-se o lado collado com um pincel um pouco rijo para lhe retirar algumas impurezas, que se lhe podessem fixar. Depois d’este banho introduz-se este lado da folha n’um outro constituído por 15 grammas d’azotato de prata dissolvidos em 100 grammas d’agoa destillada. Ao fim de 10 minutos pouco mais ou menos tira-se o papel, e suspende-se por um dos ângulos para seccar. Esta opperação deve ser feita em completa obscuridade. Não é logo que a seccação se completa que se deve empregar o papel, quer seja seccando-o com uma lampeda com espírito de vinho, quer seja depois de 24 horas da suspensão a uma temperatura de 10 a 20 gráus.
Este papel podia conservar-se durante dois dias, mas é melhor preparal-o á noite para ser empregado no dia seguinte; elle se alteraria na obscuridade a mais absoluta, por longo espaço de tempo ..
É indispensável fazer passar o papel pelos dois banhos immediatamente um depois do outro.
N’este caso, reduz-se a 5 p. 0/0 o sal do primeiro banho. O banho dá-se algumas horas antes de pôr o papel á exposição da luz debaixo do negativo.
Querendo-se dar ao positivo mais vigor e brilho, albumina-se, o que é mais próprio para este resultado.
Eis aqui como se procede:
Metta-se 50,0 em peso de christal de clorureto de sódio ou d’hydroclorato d’ammoniaco em claras d’ovos; bate-se tudo até que não possa augmentar mais a massa que está desenvolvida. Depois de 15 horas ao menos, passa-se o liquido para uma bacia e mergulha-se, mas só d’um lado, o papel tanto para positivo como para negativo.
Depois de 10 a 13 minutos secca-se e termina-se passando-lhe um ferro quente.
Se a folha assim tratada offerece muito brilho á sua superfície, corrija-se o excesso, ajuntando ás claras d’ovos antes de as bater, uma certa quantidade d’agua desllilada com um por cento d’hydrochlorato d’ammoniaco ou de chlorato de sódio.
A proporção de metade d’albumina e d’agua pode ser a mais favorável. Não é de rigor introduzir-se immediatamente o papel bem secco no banho, sobre o qual deve ser applicado pelo seu lado albuminado e durante 3 a 4 minutos. Este banho compõe-se de 15 partes de nitrato de prata e de 100 partes d’aggua desillada. Suspende-se depois o papel por um ângulo; quando está secco engasta-se como o papel positivo ordinário.

(Continua.) ([i])
H. S. MAGALHÃES
([i]) Nos exemplares de A VOZ DA MOCIDADE a que tive acesso, na Biblioteca Publica Municipal do Porto, não foi encontrada a continuação destes artigos.

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