1844 26 de Agosto | Compte Rendu des Séances de L'Académie des Sciences T. XIX Nº. 9 Pag. 418 | PHOTOGRAPHIE. – M. Arago a déposé sur le Bureau, de la part de M. Thiesson, un grand nombre de portraits remarquables exécutés au daguerréotype. M Thiesson, présent à la séance, reçoit les félicitations de M. le Président. Une Commission, composée de MM. Arago, Dumas, Regnault, Babinet, ira voir opérer M. Thiesson. |
- ACONTECIMENTOS - ANTOLOGIA – CRONOLOGIA – MISCELÂNIA - NOTÍCIAS - ... – SEC. XIX (Desde 1971, que tenho recolhido em diversas publicações e jornais de época, textos e informações diversas, de assuntos referentes à Fotografia, num período que limitei até ano de 1900,constituindo uma cronologia e antologia. Dada a enorme quantidade de informação que recolhi, este blog encontra-se em ainda organização.)
quinta-feira, 3 de dezembro de 2009
Compte Rendu des Séances de L'Académie des Sciences
Compte Rendu des Séances de L'Académie des Sciences
1844 2 de Setembro | Compte Rendu des Séances de L'Académie des Sciences T. XIX Nº. 10 Pag. 490 | M. Serres présente à l’Académie cinq portraits representant deux naturels de l’Amérique du Sud (Botocudes), et pris au daguerréotype par le procédé de M. Thiesson. Il fait remarquer la netteté de ces épreuves, ainsi que l’exactitude avec laquelle sont reproduits les caractères qui distinguent cette variété humaine. M. Serres ajoute qu’une collection des diverses races humaines, reproduites par ce procédé, serait du plus grand intérêt pour l’histoire naturelle de l’homme. |
Compte Rendu des Séances de L'Académie des Sciences
1844 7 de Outubro | Compte Rendu des Séances de L'Académie des Sciences T. XIX Nº. 15 Pag. 715 | M. Arago met sous les yeux de l’Académie deux portraits photographiques obtenus par M. Thiesson, au moyen du procédé qui lui est propre. |
quarta-feira, 2 de dezembro de 2009
REVISTA UNIVERSAL LISBONENSE
1845 23 de Janeiro | REVISTA UNIVERSAL LISBONENSE Tomo IV ANNO DE 1844-1845 Nº 27 Pag. 329, 330 Lisboa Imprensa da gazeta dos tribunaes Ru dos Fanqueiros nº. 32 1845 | LUZ PINTORA 3842 – SABE, com certeza, que é n’esta casa? - Com toda a certeza, rua nova dos Martyres, n.º 34, 1.º andar, Mr Thiesson ! - Mas estas seges á porta !... - Mr. Thiesson de Pariz: não tem duvida nenhuma. - Pintor. - Não. - Pintor de retratos ... - Também não: Mr. Thiesson, retratista. - Não percebo a diferença. - Em casa de Mr. Thiesson nã se vê nem pincel, nem palheta, nem lapis, nem sequer uma penna n’um tinteiro ao pé d’uma folha de papel. - Até ahi não há nada de extraordinario, mas parecia-me ter percebido que elle se ocupava em tirar retratos, por signal a 4$800 rs.; e era para isso...Em seis retratos meos que tenho mandado fazer por diversos artistas, para dar á minha noiva, ns em miniatura, outros em claro escuro, outros a oleo, tenho sido até hoje tão feliz, que se ella tivesse a indiscrição de os mostrar, daria a mais horrorosa idéa da sua constancia; julgal-a hiam namorada de seis pessoas differentes, inclusivamente de meu avô, e d’outro individuo, que poderá vir a ser meu neto ainda antes de eu ser caduco. A arte a meu respeito já tinha desanimado: proclamou-me inconquistavel; um verdadeiro Gibraltar da especie humana em relação a ela ! Diseram-me então que Mr. Thiesson copiava tudo, com a fidelidadede um espelho . - Exactamente. - Mas pareceu-me ouvir ao meu amigo que ele não tinha instrumentos. - Nem os necessita: as mãos sãoquasi inteiramente superfluas a mr. Thiesson. - Visto isso é por encantamento que elle trabalha; é com a palavra que ele traslada as nossas feições ! - Tal qual: apresenta-se-lhe a pessoa que deseja ver-se, não retratada, mas duplicada. O jovem ... artista, visto que é necesário chamarmos-lhe alguma coisa, olha apenas para ela, mandando-a sentar, e assim como Deusdise: faça-se a luz, diz ele á luz: faça-se o retrato, e o retrato é feito ! Subamos. - Uma palavra primeiro; tudo o que o meu amigo me acaba de dizer, a respeito de Mr. Thiesson, e que poderiafigurar muito decentemente n’um conto persico, para adormecer ao governador dos orentes Hareun Alraschid, póde vir a ter consequencias pouco agradaveis. Eu bem sei que já estamos nas raias do carnaval; mas o meu amigo sabe tambem que eu não sou dos que se deixam escarnecer impunemente, assim uma única palavra emquanto é tempo. Mora aqui Mr. Thiesson, retratista, e capaz de me retratar, note isto bem; capaz de me retratar ... a mim? - Tão capaz, que há-de ser V. S.ª um dos poucos que posam gabar-se de ter cumprido o preceito do sabio da Grecia: há-de-se conhecer a si mesmo. - Muito bem, subamos. - Pouco depois estavam os dois interlocutores n’uma vasta sala de esquina, com frente rasgada toda em janelas, que não formavam mais do que uma, e deitando para um belo jardim. O principal ornamento d’esta sala bastou para estremecer até aos alicerces a incredulidade do homem dos seis retratos. Via uma quantidade prodigiosa d’eles a vestir as paredes, com tantisimo primor acabados - tão perfeitos os que eram de pessoas suas conhecidas - que a sua triste presumpção de inconquistavel, imediatamente areou bandeira. - O meu companheiro triumphava surrindo. - Quem derá aquela bele figura? – perguntou ele como que a si mesmo – viva simpathica, exprimindo a probidade e o talento? - Bartholomeu dos Martyres ! imposivel não recohecer no primeiro relance - E este nobre aspecto militar? - O Ferreri. - Este aqui não há duvida, é Agostinho Albano. - Ele mesmo, e vivo; parece-me estal-o ouvindo n’um daqueles seus improvisos no parlamento, admiraveis de sciencia e profundidade. - N’este momento entrou Mr. Thiesson, mancebo elegante, alto, phisionomia agradavel, olhos brilhantes, maneiras de homem costumado a boa sociedade. - Meus senhores – dise elle no mais puro parisience – o que estaes vendo são apenas alguns retratos de que os seus originaes não pareceram ficar satisfeitos, e que por isso foi necesario tirar segunda vez: os approvados partiram; estes são apenas os refugos: mas permiti-me que vos mostre algumas outras curiosidades do mesmo genero, um tanto mais notaveis pela sua pequenez. Incaminhou-os para uma jardineira colocada no eio da sala, sobre a qual dentro de uma caixa coberta de vidraça se viam alguns retratinhos de cavalheiros e damas de tão microscopicas dimenssões, que n’um alfinete de peito, porexemplo, se inxergavam duas meninas conversando. O incredulo não podia acreditar nos seus olhos, parecia até applicar o ouvido para as escutar, e surria como que percebendo as suas palavras que manifestamente, com taes rostos, e tal expresão, não podiam deixar de ser segredos, segredos do coração d’aqueles que não admitem terceiro. Ainda porém não era tudo. Um microscopio, que Mr. Thiesson lhe meteu os olhos n’este momento, um microscopio, o eterno escarnecedor das mais perfeitas obras da arte, lhe patenteou uma perfeição tão minuciosa, e tão completa em todas as partes, e sobre tudo um relevo de formas, um palpavel elastico de carnes, um morbido e fino de cabellos, um raiar de olhos vivo e fallador, que se diria que alguma fada invejosa das duas formusuras as encantára, para ficarem para sempre imoveis, reduzidas áquele carceresinho de oiro, de uma polegada. - Muito bem, senhor, o que eu acabo de ver excede tudo quanto havia lido e ouvido da vosa arte milagrosa. Quereis vós ter a bondade de fazer o meu septimo e ultimo retrato? - Com o maior gôsto; desçamos ao meu jardim e a luz vos vae servir dentro em poucos segundos. Por diante de uma cortina branca, estendida sobreuma das paredes do jardim, ve se uma cadeira ao lado de uma mesa; a mesa está coberta de um pano pintado de ramalhões, a cadeira tem no alto da espalda uma hastea terminando n’um circulo para encosto da parte posterior da cabeça, e podendo, por via de um registo, subir ou descer para se egualar á altura da pesoa. - Tende a bondade de vos sentar: não haveis de chegar a impacientar-vos. Muito bem, a vosa nuca inteiramente descançada n’este circulo de metal;esa perna sobre a outra, o braço estribado na hanca:d’este modo podereis conservar-vos immovel por um terço de minutos, mas immovel com a mais perfeita imobilidade. Sem isso correrieis grande perigo de vos aparecerdes com quatro ou seis olhos, duas ou tres bocas, um rosto e meio, ou um nariz mais comprido que todo o corpo, é o que torna extremamente difficeis os retratos das_____([i])e dos passaros; e impossiveis os das dançarinas e dos doidos. - Mas creio, senhor, que o céu não estará hoje nuito disposto a favorecer-vos; aquellas nuvens, cobrindo e descobrindo o sol, devem perturbar singularmente a vosa cleste collaboradora. - Não temaes nada; a luz é perfeitamente obsequiosa, as variações da athmosfera só fazem que ela gaste alguns segundos mais ou menos, para nos servir, mas o effeito é seguro; é como o olhar da mulher que se ama, venha de perto ou de longe: exprima a tristeza ou a alegria, nem por isso deixa de vir estampar-se no coração. Emquanto ella vos observar para retratar-vos; observal-a-hei eu a ella para adivinhar quando tem concluido a sua tarefa: agora silencio! Escolhei o objecto em que haveis de ter fitos os olhos, e deixae-a trabalhar. - Dizendo isto puchou do relogio, mostrou a hora, minuto e segundo em que se estava, e chegando a um cofrezinho, collocado, quatro ou cinco pés dianteda cadeira, levantou uma corediça que o fechava pela frente, e poz-se a considerar alternativamente o movimento das nuvens e do ponteiro, apenas este marcara o seu decimo quinto passo, fechando a subitas o cofre exclamou: - Já vos tenho em meu poder. E desappereceu com a enigmatica bocéta. Quinze minutos depois de operações mysteriosas, em quarto escuro, fechado e sem testimunhas, Mr. Thiesson voltou trazendo na mão o mais cabal e ireprensivel de todos os retratos: um verdadeiro espelho com memória. O inconquistavel ao lapis e pinceis soltou um grito de espanto: via-se entre as suas proprias mãos, inteiro, desde a cabeça até aos pés: contou uma moeda de oiro pelo seu resgate, e correu para se ir entregar duas vezes simultaneamente á dama dos seus pensamentos que de tão boa mente esqueceu os seis retratos por este, como dentro em pouco, segundo se espera, poderá esquecer este pelo original - Um zeloso – lhe dise o seu companheiro, despedindo-se – um zeloso de lei, nunca entregaria um similhante retrato á mulher que adorase! É demasiadamente vivo, demasiadamente homem. Substitue-vos, e não é vós mesmo: é Jupiter, sob a forma de Amphytrião, diante do Alemens: a realidade aqui não é menos maravilhosa que a fabula: o proprio Arago, o grande confidente dos segredos da creação, ficou atonito diante de Mr. Thiesson sem poder conceber a sua obra; e a academia das sciencias de Paris, depois de o coroar dos mais altos elogios, não podendo resolvel-o a revellar o seu segredo, pediu-lhe em nome da sciencia e obteve que elle lh’o deixasse em carta lacrada para se abrir depois da sua morte: é uma herança preciosa para as artes, mas em cuja posse ellas folgariam de não ____([ii]) pelo decurso de um seculo. |
Compte Rendu des Séances de L'Académie des Sciences
1845 21 de Julho | Compte Rendu des Séances de L'Académie des Sciences T. XXI Nº. 3 Pag. 242 | M. Arago présente ensuite d’autres images photographiques vraiment remarquables, représentant des hommes, des femmes et des enfants appartenant à divers peuplades nègres. Ces portraits ont été faits à Lisbonne para M. Thiesson. |
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1845 21 de Julho | Compte Rendu des Séances de L'Académie des Sciences T. XXI Nº. 3 Pag. 242, 243, 244, 245, 246 | Anthropologoie Comparée. – Observations sur l’application de la photographie à l’étude des races humaines ; par M. Serres.
« En présentant à l’Académie, il y a environ un an, M. Arago et moi, les épreuves photographiques des Botocudes, faites par M. Thiesson, nous fîmes remarquer toute l’utilité que cet art promettait pour l’étude des races humaines, ou l’anthropologie comparée. « Nous fîmes remarquer que l’imperfection de cette branche de l’histoire naturelle, se sensible quand on la rapproche du degré de perfection où est parvenue la zoologie, avait une de ses principales causes dans l’absence d’un Musée anthropologique. « Quand on suit, en effet, les progrès récents et si rapides de la zoologie, on trouve qu’ils datent de l’époque où de grands Musées, fondés sur plusieurs points du monde savant, ont permis aux zoologistes de substituer, auxdescriptions toujours insuffisantes, l’examen direct et comparatif des objets de leurs études. Cet examen comparatif et direct manquant aux anthropologistes, la partie spéculative de la science a pris le dessous sur sa partie positive ; les hypothèses et les systèmes ont pris et ont dû prendre la place des faits. « Dans cet état de la science, et d’après les difficultés de toute nature qui redent si diffcile l’établissement d’un Musée anthropologique, on conçoit l’intérêt qui se rattache à la représentation fidèle et rapide des caractères physiques de l’homme, surtout quand, à cette fidélité de reproduction des caractères, se joint la possibilité de les saisir sous leurs divers rapports. C’est ce que fait l’art photographique, c’est ce que nous montrèrent, à un degré très-satisfaisant, les épreuves des Botocudes que M. Thiesson soumit à notre examen. « Ce fut aussi en considérant la pureté des caractères de ces indigènes de l’Amérique, et l’effet qui ressortait de leur ensemble, que nous entrevîmes toute l’utilité d’un Musée photographique des races humaines, pour les progrès de l’anthropologie et l’enseignement de cette science. « Cette idée d’utilité, partagée par M. Thiesson, devint la cause déterminante d’un voyage au Portugal et en Italie, pour en assayer la réalisation. Comme on devait s’y attendre, cet essai a eu des résultats qui mettent hors de doute toute l’importance de l’art photographique pour l’histoire naturelle de l’homme. « Ainsi que nous l’avions conseillé à M. Thiesson, la race africaine ou éthiopique a été le premier objet de ses études photographiques. Il a rapporté de son voyage vingt-deux épreuves de cette race, prises à Lisbonne, à Cadiz, et représentant des individus d’âge et de sexe divers. Ce sont ces épreuves que M. Arago vient de soummettre à l’examen de l’Académie, et dont il a fait remarquer tout le degré de précision. « Quoique prises au hasard, chacune de ces épreuves présente un intérêt scientifique spécial ; et lorsqu’on les compare entre elles pour saisir leur ensemble, cet intérêt scientifique accroît encore à cause de la nature même de la race éthiopique, si anciennement connue et si étrangement défigurée par les vues systématiques des philosophes et des anthropologistes. « Les premiers, en y voyant le passage du singe à l’homme, passage qui leur était nécessaire pour établir la série continue des êtres organisés, ont préparé sans le vouloir le code affreux de la traite des noirs. Les seconds, par une voie opposée, c’est-à-dire en les comparant à la race européenne, ont été conduits à exagérer leur dégradation en descendant pour leur terme de rapport à la race hottentote et boschismane. Dans les deux cas, le nègre est quelque chose de plus qu’un singe, mais il est considéré comme quelque chose de moins qu’un homme. Nos descriptions se ressentent encore de cette fâcheuse empreinte, par la raison que les vues si philanthropiques de Volney pour l’effacer, sont toutes des vues physiologiques erronées. « Pour assigner à la race africaine le rang qu’elle doit occuper dans la grande famille humaine, il est indispensable d’avoir sous les yeux les variétés nombreuses dont elle se compose, varétés plus tranchées que dans les autres races, et que la photographie, par la rapidité de son exécution, est plus propre à nous reproduire que tou autre procédé. « Les épreuves prises par M. Thiesson en montrent déjà quelques-unes, et l’on suit le passage de l’une à l’autre, avec une netteté qui concorde avec les règles de l’anthropogénie et de l’embryogénie comparée. « L’essai de M. Thiesson, sur la reproduction d’une partie des types de la race africaine ou éthiopique, a donc pour résultat de montrer expérimentalement, toute l’utilité de l’art photographique pour l’étude des races humaines. « Si, comme nous le disions il y a un instant, les progrés de la zoologie sont dus en grande partie à la fondation moderne des Musées zoologiques ; si, par le rapprochement des caractères des animaux, on a pu apprécier avec certitude leurs véritables rapports et les classer méthodiquement ; si le résultat philosophique de la zooclassie a été de nous apprendre ce que sont dans l’ordre de la création, et les unes par rapport aux autres, les grands coupes du régne animal ; si, en un mot, l’étude des faits a été substituée dans cette science à l’entraînement de l’esprit de systéme, que ne doit-on pas espérer de l’introduction des faits dans une science qui, comme l’anthropologie, en a presque été dépourvue jusqu’à ce jour ? dans une science où l’absence des faits a rendu presque nécessaire l’esprit de système, sans posséder aucun moyen positif qui pût en modérer les écarts ? Aussi, depuis Platon, depuis Galien, que d’hypothèses sur l’homme et sur la nature humaine ! aussi, depuis Linné, Buffon et Zimmermann, que d’opinions sur la génération de ses caractères, sur la dispersion de l’homme sur la surface du globe, sur la circonscription des races et leur délimitation, sur le parallèle des zones des variétés humaines avec les zones animales et végétales ; et, enfin, sur l’action que les influences de localité ont pu exercer sur le développement du physique et du moral de l’espèce humaine ! « Parmi ces matérieux, il en est sans doute de très-précieux; mais le moyen de les juger, le moyen de les apprécier à leur juste valeur nous manquera, tant que les carctères humains des races ne seront pas déterminés avec précision. « Or, cette précision dans la détermination des caractères des races humaines et de leurs variétés qui, comme on le voit, doit constituer le premier terme de l’anthropologie, nous ne pouvons espérer de l’obtenir que lorsqu’un Musée anthropologique, mettant en présence tous ces caractères, permettra aux anthropologistes de saisir leurs rapports et d’apprécier leur transformation. « C‘est ce que les professeurs du Muséum d’Histoire naturelle de Paris ont parfaitement compris ; c’est ce que Gouvernement a parfaitement exprimé dans l’ordonnance du 3 décembre 1838 (*) ([i]), qui transforme la chaire d’Anatomie humaine du Muséum, en chaire d’Anatomie et d’Histoire naturelle de l’homme. Mais c’est aussi ce que des obstacles de toute nature ont empêché d’exécuter jusqu’à ce jour. « La découverte de M. Daguerre, en nous donnant le moyen de fonder un Musée photographique, dans lequel pourront être reproduits et ces caractères et leurs modificationset leurs transitions, est donc une des acquisitions d’autant plus ptécieuse que, comme vient de le dire avec tant de raison M. Arago, il ne sera plus indispensable d’entreprendre de longs voyages pour aller à la recherche des types humains. « Ces types viendront eux-mêmes au-devant de nous par les progrès incessants de la civilisation. Nos grandes villes, nos ports de mer en présentent constamment; il ne s’agit que de les saisir au passage et d’en fixer les traits et les caractères. Or, comme on vient de le voir, c’est ce que fait l’art photographique avec une perfection rare, et une rapidité qui ajoute encore à sa valeur »
(Une Commission, composée de MM. Arago, Serres, Flourens, Dumas et Bory de Saint-Vincent, est chargée de faire un Rapport sur les résultats obtenus par M. Thiesson, considérés en eux-mêmes et dans leur rapport avec l’anthropologie.) |
([i]) (*) Cette ordonnance, un des actes les plus remarquables du premier ministère de M. de Salvandy, assure l’avenir de l’anthropologie comparée. Dans mon ouvrage sur l’anatomie comparée du cerveau, et dans celui sur les lois de l’ostéogénie, couronnés tous les deux par l’Académie, en 1819 et 1821, j’avais montré, d’après des faits nombreux d’organogénie, que l’embryogénie comparée devait servir de fondement à cette nouvelle science. J’avais montré qu’en considérant l’embryon comme la miniature de l’adulte, on n’était pas seulement en dehors de la vérité, mais que de plus toutes les branches de l’étude physique de l’hommme se trouvaient enrayées par cette hypothèse. L’anthropologie comparée se trouvait arrêtée de plus par cette autre hypothèse de la préexistence des germes et de leur emboîtement qui avait abouti, en zoologie, à faire supposer l’immutabilité des espèces.
Quoique la majorité des faits qui servent de base à ces ouvrages aient été adoptés dans la science, il était à craindre peut-être qu’ils ne fussent délaissés à cause de la difficulté de leur vérification.
Désormais ce delaissement set peu probable ; car dans les considérants qui précèdent l’ordonnance, il est enjoint au professeur d’exposer les caractères des races humaines, de suivre leur filiation, et il lui est recommandé de continuer le cabinet anthropologique, dans le double but de rendre les leçons plus positives et de faciliter les travaux relatifs à l’histoire naturelle de l’homme.
Or, dans l’état présent des sciences anatomiques, nul professeur ne pourra convenablement remplir cette tâche, sans prendre ses point d’appui sur l’organogénie et l’embryogénie comparées.