sexta-feira, 17 de abril de 2009

1863, 12 de Março - A VOZ DA MOCIDADE

1863
12 de Março

A VOZ DA MOCIDADE
Nº. 7
Pag. 2
A PHOTOGRAPHIA

A acção das substancias acceleratrizes, exaltando a sensibilidade da camada de iodureto, permite produzir a imagem em alguns segundos. Entre alguma d’estas substancias tem sido preferido o brometo de iode, por se obter com elle o máximo de sensibilidade.Tendo em vista a importância d’este corpo no processo de Daguerre achamos convenient instruir o leitor da maneira porque se obtem. Deitam-se 100 grammas de iode e 50 de bromio n’um vidro com um litro de capacidade, tendo duas terças partes cheias d’agoa. Querendo abreviar esta operação, começa-se por agitar o liquido, pouco a pouco, á medida que a combinação se vai fazendo, ou no caso contrario, deixa-se operar a reacção por espaço de 24 horas tendo simplesmente o cuidado, de tempo em tempo, de operar a mistura.
Emquanto o bromio não está combinado, percebe-se na superfície do liquido um vapor, que vae sucessivamente adquirindo uma cor cada vez mais intensa.
Conhece-se que a operação está concluída, quando deixa de se ver este vapor, quer seja por effeito d’uma prolongada agitação, quer seja pelo d’uma reacção lenta; é então preciso transvasar o liquido vermelho, afim de não se apoderar do iode em excesso o que faria destruir a sensibilidade.
A lamina expõe-se aos vapores do brometo de iode por espaço d’um minuto pouco mais ou menos, até tomar uma cor cada vez mais intensa, sem comtudo passar para rouxo. A chapa assim preparada leva-se á caixa com iode, onde se demora exactamente metade do tempo, que da primeira vez gastara.
A lamina, que então fica muito sensível á acção da luz, introduz-se no caixilho da machina já descripta.

(Continua.)
H. S. MAGALHAES

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