terça-feira, 14 de abril de 2009

1863, 24 de Março - A VOZ DA MOCIDADE

1863
24 de Março
A VOZ DA MOCIDADE
Nº. 12
Pag. 2
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A PHOTOGRAPHIA

A fim de tornar a questão mais clara começaremos por dar um breve resumo de todo o processo.
Eis o problema a resolver: sendo dada uma superfície impregnada de iodureto, de bromureto solúvel e tornada insolúvel, mas premiavel a todo o liquido próprio para dissolver o azotato de prata, penetrar esta superfície d’uma dissolução d’azotato de prata, para tornar insolúveis e sensíveis á luz, o iodureto, o bromureto transformando-os, em iodureto e brometo de prata. Depois de se ter obtido na câmara escura, pela acção dos raios luminosos sobre os saes de prata, uma imagem invisível, fazel-a sobresair completando o effeito da luz pelos agentes chimicos especiaes; fixar finalmente esta imagem inteiramente desenvolvida, dissolvendo e fazendo desapparecer os saes de prata sobre os quaes a luz não tem actuado, empregando banhos e lavagens que não affastem as outras partes da superfície assim tratada.
Emprega-se o papel secco e o papel húmido. No primeiro caso pode-se preparar com antecedência: no degundo deve-se empregar apenas cesse a preparação.
O primeiro cuidado do photographo deve ser a escolha do papel; deve ter uma massa fina e egual por toda a sua extenção, bem collado, sem a menor mancha, e um tecido sólido e transparente.
Depois de se ter escolhido o papel com as melhores condições torna-se compacto tapando-se-lhe os poros, transparente embrulhando-o em cera virgem fundida e estendida sobre uma chapa prateada aquecida a um banho-maria.
Applica-se o papel sobre a cera até que esteja egualmente penetrado.
Introduz-se então entre duas folhas de papel mata borrão, sobre as quaes se applica um ferro quente, para lhe fazer absorver o excesso da cera contida na camada photogenica. Não deve ter ponto nenhum lustroso na superfície, a transparência deve ser uniforme e perfeita. Um ferro tendo muito ou pouco calor estragaria o papel.

(Continua.)
H. S. MAGALHAES

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