sábado, 18 de abril de 2009

1863, 28 de Fevereiro - VOZ DA MOCIDADE

1863
28 de Fevereiro
VOZ DA MOCIDADE
Nº. 2
Pag. 2
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A PHOTOGRAPHIA

Daguerre observou que a luz penetrava parcialmente e mais ou menos nas differentes partes da camada pulverulenta, que na camada escura correspondião ás meias tintas.
A imagem obtida por este meio na qual o metal em nenhuma parte do desenho apparecia nu; o brilho que possuia, o bom exito na manipulação, foram assaz importantes vantagens em que o seu novo methodo excedeu o de Niepce; mas infelizmente o residuo do oleo d'alfazema, ainda que mais sensivel pela acção da luz que o betume de Judea, fazia tardar muito a formação da imagem.
Com esta descoberta Daguerre obteve provas com tal perfeição que a comissão da Academia Franceza julgou impossivel maior primor na arte.
O seu processo denominado Daguerrotypo, divulgado no mez de agosto de 1739 produzio uma grande sensação no publico e inaugurou logo uma arte nova.
Depois de se haver pulido o melhor possivel uma folha de prata chapeada sobre cobre expõe-se ás emanações do iode, que combinando-se com a prata, cobre a sua superficie, d'um amarello do ouro, cuja camada extremamente tenue se expõe ao foco da camara escura; a luz produz o seu effeito, mas tão imperceptivel que a camada parece intacta. Submetendo a chapa impressionada ao vapor do mercurio, a imagem aparece como por feitiço. Lavando finalmente a chapa em uma dissolução de hypossulphite de soda, que dissolve a camada de iodureto não impressionada, fica um espelho de prata sobre o qual se dispõe a imagem de todos os objectos, cuja luz por elles emittida penetra na chapa metalica posta no foco da camara escura.

(Continua.)
H. S. MAGALHAES

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