domingo, 12 de abril de 2009

1863, 9 de Abril - A VOZ DA MOCIDADE

1863
9 de Abril
A VOZ DA MOCIDADE
Nº. 17
Pag. 2, 3
*
A PHOTOGRAPHIA

EXPOSIÇÂO NA CAMARA ESCURA. – O objectivo estando convenientemente disposto, substitue-se o vidro não polido por um caixilho com dois vidros translucidos, entre os quaes se encontra a imagem applicada sobre uma folha de papel mata-borrão, que não tenha a menor ruga.
Faz-se penetrar a luz no papel sensibilisado, elevando a corrediça de madeira pertencente ao caixilho, e destapando exteriormente o objectivo achromatico: demora-se para um retrato, estando a athomosphera límpida, 10 a 30 segundos, e 40’’ a um minuto havendo sombra. Querendo tomar uma vista com um objectivo simples, em presença do sol deixa-se actuar a luz por espaço de 1 a 25 minutos, segundo a estação e a colorisação dos objectos.
Acabada esta operação, tapa-se exteriormente o objectivo, e, interiormente a folha de papel sensibilisada, por meio da corrediça.
Pela via secca, como n’este caso, pode-se, depois de se haver tirado o caixilho perfeitamente tapado, desenvolver a imagem passados muitos dias. M. Legray assegura ter colhido bons resultados tendo até mesmo decorrido 15 dias.
Desenvolve-se a imagem n’um banho formado pela dissolução de 40 centigrammas d’acido gallico em 250 grammas do resíduo que se obtem, depois da lavagem do papel negativo em agoa destillada, de que fallámos no nº antecedente.
Quando a dissolução se completa mergulha-se no banho a prova, seguindo-se o desenvolvimento até o ponto conveniente: este tempo está sujeito a grandes variações.
Completado o desenvolvimento da imagem, retira-se a imagem para a estender sobre um vaso próprio; lava-se frequentes vezes, tendo o cuidado de elevar minuciosamente os depósitos chystalinos, que poderiam ser atacados ao verso do papel.

(Continua.)
H. S. MAGALHAES

Sem comentários:

Enviar um comentário