9º Anno
Vol IX
Nº 263
Pag. 86, 87
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EXPOSIÇÃO INTERNACIONAL DE PHOTOGRAPHIA NO PORTO
Abriu no dia 4 d'este mez, na vasta nave do Palacio de Crystal Portuense, a exposição internacional de photographia.
Esta exhibição representa mais um dos commettimentos prestantissimos da iniciativa particular, ou por outra mais um serviço feito ás artes pela direcção d'aquelle estabelecimento.
Sem o menor sacrificio do paiz, e sem a mais pequena influencia official, até, a referida direcção, auxiliada pelo zelo e pela boa vontade dos cavalheiros que se lhe aggremiaram, formando a commissão executiva, conseguiu reunir os elementos de um certamen cuja importancia se accentua não só pelo grande numero de photographos notaveis estrangeiros que a ella concorreu, como pela belleza de muitos productos expostos.
Todos os inventos mais recentes da photographia, todas as perfeições conseguidas até hoje n'essa maravilhosa arte, emfim todos os processos technicos nas suas variadas applicações, alli se patenteiam.
E comtudo, desagradavel é dizel-o, na presente exposição, em que sem duvida alguma a photographia portugueza se acha dignamente representada, faz-se notar a ausencia de grande numero de photographos nacionaes, que podiam apresentar-se n'ella sem desdouro.
O numero de abstenções n'esse ponto é pois bem saliente, e nem sabemos a que attribuir a sua verdadeira causa.
N'um paiz em que ha tantos photographos de profissão, qapenas concorreram a um certamen, realisado por assim dizer dentro da sua propria casa, tres do Porto (não contando com a casa Biel & C.ª, que se diz tencionar ainda exhibir uma collecção dos seus trabalhos), dois de Lisboa e tres de Coimbra.
Em compensação é grande o numero de amadores, entre elles alguns muito distinctos, que se apresentam com specimens de primeira ordem, e á frente dos quaes se acham no logar de honra o sr Carlos Relvas e a sua exmª. filha.
Não faltam portanto n'este grande concurso nem incentivo para a curiosidade, nem mesmo noções para proveitoso estudo dos que se dedicam por prazer ou por profissão á photographia.
A exposição occupa toda a nave central, incluindo o palco
Por baixo das galerias estabeleceram-se uns apainelados, de arco a arco, onde tomam logar os diversos expositores, e ao centro collocaram-se tambem filas de mostradores, em que outros exhibem as suas provas em cartões.
Os dois lanços da parede da entrada do salão são occupados, o da esquerda pela Photographia União, e o da direita pelo sr. Carlos Relvas e pela sr. D. Margarida Relvas.
No palco exhibem os seus trabalhos a Photographia Moderna, que ahi estabeleceu tambem um pavilhão para venda de albuns, e o Centro Artistico Portuense, que apresenta varios desenhos, copias de photographias.
Feito este rápido esboço do aspecto geral da exposição e do seu valor, vamos passar em revista os diversos productos que n'ella se offerecem ao exame do visitante, começando pelos photographos de profissão e concluindo pelos amadores.
Porto, abril.
(continua)
Manuel M. Rodrigues
EXPOSIÇÃO INTERNACIONAL DE PHOTOGRAPHIA NO PORTO
Abriu no dia 4 d'este mez, na vasta nave do Palacio de Crystal Portuense, a exposição internacional de photographia.
Esta exhibição representa mais um dos commettimentos prestantissimos da iniciativa particular, ou por outra mais um serviço feito ás artes pela direcção d'aquelle estabelecimento.
Sem o menor sacrificio do paiz, e sem a mais pequena influencia official, até, a referida direcção, auxiliada pelo zelo e pela boa vontade dos cavalheiros que se lhe aggremiaram, formando a commissão executiva, conseguiu reunir os elementos de um certamen cuja importancia se accentua não só pelo grande numero de photographos notaveis estrangeiros que a ella concorreu, como pela belleza de muitos productos expostos.
Todos os inventos mais recentes da photographia, todas as perfeições conseguidas até hoje n'essa maravilhosa arte, emfim todos os processos technicos nas suas variadas applicações, alli se patenteiam.
E comtudo, desagradavel é dizel-o, na presente exposição, em que sem duvida alguma a photographia portugueza se acha dignamente representada, faz-se notar a ausencia de grande numero de photographos nacionaes, que podiam apresentar-se n'ella sem desdouro.
O numero de abstenções n'esse ponto é pois bem saliente, e nem sabemos a que attribuir a sua verdadeira causa.
N'um paiz em que ha tantos photographos de profissão, qapenas concorreram a um certamen, realisado por assim dizer dentro da sua propria casa, tres do Porto (não contando com a casa Biel & C.ª, que se diz tencionar ainda exhibir uma collecção dos seus trabalhos), dois de Lisboa e tres de Coimbra.
Em compensação é grande o numero de amadores, entre elles alguns muito distinctos, que se apresentam com specimens de primeira ordem, e á frente dos quaes se acham no logar de honra o sr Carlos Relvas e a sua exmª. filha.
Não faltam portanto n'este grande concurso nem incentivo para a curiosidade, nem mesmo noções para proveitoso estudo dos que se dedicam por prazer ou por profissão á photographia.
A exposição occupa toda a nave central, incluindo o palco
Por baixo das galerias estabeleceram-se uns apainelados, de arco a arco, onde tomam logar os diversos expositores, e ao centro collocaram-se tambem filas de mostradores, em que outros exhibem as suas provas em cartões.
Os dois lanços da parede da entrada do salão são occupados, o da esquerda pela Photographia União, e o da direita pelo sr. Carlos Relvas e pela sr. D. Margarida Relvas.
No palco exhibem os seus trabalhos a Photographia Moderna, que ahi estabeleceu tambem um pavilhão para venda de albuns, e o Centro Artistico Portuense, que apresenta varios desenhos, copias de photographias.
Feito este rápido esboço do aspecto geral da exposição e do seu valor, vamos passar em revista os diversos productos que n'ella se offerecem ao exame do visitante, começando pelos photographos de profissão e concluindo pelos amadores.
Porto, abril.
(continua)
Manuel M. Rodrigues
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